Estar on-line não
significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção
crítica das novas gerações e dos
professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas
a aula continua sendo uma palestra para
a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor permanece como o
responsável pela produção e pela transmissão dos "conhecimentos".
Professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o
ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade
próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura.
Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que
ela sempre foi: distribuição de conteúdos empacotados para assimilação e
repetição.
De que modo
traduzir as quatro exigências da cibercultura em prática docente, em
aprendizagem significativa? Cada professor, com seus aprendizes, pode criar
possibilidades, as mais interessantes e diversas. É tempo de criar e partilhar
on-line soluções locais. É tempo, até mesmo, de reinventar a velha sala de aula
presencial "infopobre" a partir da dinâmica hipertextual e interativa
das interfaces on-line.
A dinâmica e as
potencialidades da interface on-line permitem ao professor superar a
prevalência da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe
desdobramentos, arquiteta percursos, cria ocasião de engendramentos, de
agenciamentos, de significações. Ao agir assim, estimula que cada participante
faça o mesmo, criando a possibilidade de co-professorar o curso com os
aprendizes.
Em lugar de
guardião da aprendizagem transmitida, o professor propõe a construção do
conhecimento disponibilizando um campo de possibilidades, de caminhos que se
abrem quando elementos são acionados pelos aprendizes. Ele garante a
possibilidade de significações livres e plurais, e, sem perder de vista a coerência
com sua opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a
modificações vindas da parte dos aprendizes. Assim, ele educa na cibercultura.
Assim, ele constrói cidadania em nosso tempo.
Fonte: Portal do Mec