domingo, 3 de junho de 2012

O uso da tecnologia na educação: hipertextos X textos tradicionais

Uma das principais diferenças entre um hipertexto e um texto tradicional é que, enquanto o primeiro já nasce idealizado e estruturado para uma leitura não sequencial, ou seja, não linear, o segundo é elaborado visando, na maioria das vezes, a uma leitura linear. Sendo assim, é o próprio leitor quem escolherá a ordem da leitura. A outra diferença entre esses dois modos de apresentação textual é que, o hipertexto, diferente do texto tradicional (ou linear), apresenta dentro de seu corpo certas palavras que, ao serem clicadas com o mouse, remetem o leitor a outros textos, formando assim uma rede de informações. Logicamente, o leitor deverá ligar essa rede de informações de forma coerente para que seu conteúdo faça sentido. Caso isso não ocorra, a compreensão do texto ficará comprometida.
Para que o leitor navegue nos diferentes nós (ou links) de informações de forma que haja coerência na leitura, ele deve conectar as informações previamente lidas com aquelas que estão sendo processadas no momento. Para tal, ele usa sua memória de trabalho. Memória de trabalho é aquela utilizada para o processamento imediato ou on line; por exemplo, quando há a necessidade de memorizar um número de telefone enquanto procuramos uma caneta para registrar a informação no papel essa memória entra em cena.
Atualmente alguns exames exigidos pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para bolsistas estudarem em universidades estrangeiras, já estão sendo feitos em formato de hipertexto. Os hipertextos também estão, cada vez mais, sendo empregados em ensino à distância. Portanto, tornou-se crucial investigar se o desempenho dos alunos/candidatos estaria relacionado apenas ao seu conhecimento ou se a forma de apresentação do texto poderia interferir, de alguma maneira, nos resultados obtidos.
Pesquisas comparando essas duas formas de leitura e conduzidas em diversos países não foram, até o presente momento, unânimes em suas conclusões. Ou seja, enquanto alguns experimentos apontam para o fato de haver diferença na compreensão da leitura de textos tradicionais X hipertextos, outras sinalizam para o fato da mesma ser semelhante, independente do formato de apresentação do texto.
O uso do hipertexto como material pedagógico deve ser cuidadosamente planejado e elaborado. Uma boa elaboração consiste em deixar claro, para o leitor, quais os melhores caminhos a serem percorridos e quais as melhores conexões a serem efetuadas. Quanto mais atalhos e mais estímulos existirem no hipertexto mais complexa será a sua compreensão pois, como em qualquer forma de navegação, a navegação em um hipertexto exige o desenvolvimento de um mapa mental com as informações nele contidas. Esse processo está diretamente ligado à capacidade de aprendizado e esta por sua vez está diretamente ligada ao nível do entendimento atingido.

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